NÍVEIS

NÍVEL 3


Neste nível é apresentado o Modelo de Circulação Geral ou Global Atmosférico: MCGA CPTEC/INPE. São dadas as características básicas do modelo, os processos dinâmicos e físicos, e informações sobre a versão que pode ser utilizada para experimentos.


MCGA CPTEC/INPE MCGA CPTEC/INPE VERSÃO 3


MODELO DE CIRCULAÇÃO GERAL ATMOSFÉRICO (MCGA) - CPTEC/INPE

Histórico

O MCGA CPTEC/INPE teve sua origem no modelo usado para previsão de tempo de médio prazo pelo National Centers for Environmental Prediction (NCEP, então NMC) em 1985. Esse modelo, chamado MRF (Medium Range Forecasting Model), era uma combinação do código espectral global desenvolvido pelo NCEP com as parametrizações físicas de escala subgrade desenvolvidadas no Geophysical Fluid Dynamics Laboratory (GFDL) do NOAA na Universidade de Princeton, EUA. Esse modelo foi transferido ao Center for Ocean, Land and Atmosphere Studies (COLA), onde foram adicionados, a princípio, cálculos diagnósticos para um melhor entendimento dos processos físicos simulados e de sua importância relativa. Desde a implantação do MRF do NCEP no COLA, o modelo sofreu mudanças significativas por ambos os grupos. À medida que ambas versões evoluiram, as principais mudanças efetuadas pelo NCEP para melhorar a previsão de médio prazo, foram introduzidas pelo grupo de simulação climática do COLA para manter o avanço em conjunto. Por outro lado, devido à natureza experimental das mudanças feitas pelo grupo do COLA, tornou-se não-prática a adoção de tais mudanças pelo NCEP. Como resultado, os modelos divergiram, com diferenças substanciais. Apesar de haver muitos pontos em comum, houve diferenças significativas de resolução, no tratamento da radiação e dos processos de superfície.

Em novembro de 1994, o CPTEC iniciou operacionalmente a previsão numérica de tempo global, tendo implementado a versão 1.7 do modelo do COLA. Como parte da implementação deste modelo no CPTEC, o truncamento romboidal, adotado pelo COLA, foi generalizado para truncamento triangular e foram introduzidas: resoluções horizontal e vertical versáteis, adaptações na geração de arquivos de entrada e saída para as necessidades operacionais do CPTEC e utilização de temperatura da superfície do mar (TSM) média observada da última semana. Em 1995 foi iniciada a previsão climática sazonal com utilização de anomalias de TSM persistidas. Essa primeira versão foi denominada versão 1.0 CPTEC/COLA.

Uma nova versão do modelo global do CPTEC foi colocada em operação em dezembro de 1998, denominada versão 2.0 CPTEC/COLA. Basicamente, esta implementação consistiu em realizar as modificações propostas pelo COLA para a versão que eles denominaram versão 1.12 e, implementar um pós-processamento diferente daquele que vinha sendo utilizado até então. Esta nova versão incluiu uma modificação no modelo de tratamento da interação atmosfera-biosfera, nova opção de parametrização da convecção profunda e um novo esquema de difusão horizontal. Quanto ao pós-processamento, o cálculo da função de corrente (y) e do potencial de velocidade (c) foi modificado para evitar incompatibilidades entre esses campos e os campos de vento zonal (u) e vento meridional (v), especialmente próximo à topografia alta. Para evitar erros associados à interpolação na horizontal, a grade do modelo passou de uma grade regular para uma grade gaussiana na direção horizontal.

O MCGA tem sido desenvolvido desde sua implantação no CPTEC/INPE. Outras mudanças foram realizadas na sua estrutura, no período de 1998 até 2013, como paralelização do código, para poder ser usado com mais eficiência em um computador com vários processadores, introdução de novas opções de compilação, mudança da dinâmica euleriana para semi-lagrangeana, mudanças nos termos de dissipação e nos esquemas de parametrização.

O processo de modernização tem sido efetuado por vários pesquisadores da DMD/CPTEC/INPE, IME/USP, IAG/USP, DCA/UFCG e IMPA. A versão atual pode ser usada em vários tipos de máquina.

Principais Modificações na Dinâmica e nas Parametrizações Físicas

  Versão original Versão atual
Dinâmica Euleriana Semi-lagrangeana
Radiação de Onda longa Hashvanadan (1987) Hashvanadan (1987)
Radiação de Onda Curta Lacis and Hansen (1974), Davies (1982) CLIRAD (Tarasova et al. 2007)
Convecção profunda Kuo (1974) Grell e Devenyi (2002)- CPTEC
Convecção rasa Tiedke (1983) Tiedke (1983)
Camada limite Mellor e Yamada 2.0 (1982) Hostlag e Boville modificado (1992)
Esquema de superfície SSIB (Xue et al., 1991) IBIS (Foley et al., 1996) modificado Kubota (2012)
Precipitação de grande escala Ajustamento devido à saturação Microfísica (Rasch e Kristiánsson (1998)
Ondas de gravidade Alpert (1988) Alpert (1988)
Fluxos sobre o oceano Bucket  model (COLA) Algorítimo aerodinâmico Bulk (NCEP)
Interação nuvem-radiação Hou (1990), Kieh et al (1994), Slingo (1987) Hou (1990), Kieh et al (1994), Slingo (1987)


Condições Iniciais e de Contorno

As condições iniciais do modelo são coeficientes espectrais de: logarítimo da pressão à superfície, temperatura virtual, divergência horizontal, vorticidade vertical e umidade específica. A topografia é tratada em forma espectral, de modo que é representada por uma série truncada, sujeita a problemas como o efeito Gibbs.

A condição de contorno superior do MCGA é uma restrição cinemática que impõe velocidade vertical, em coordenada sigma, nula em todos os pontos na superfície e no topo do modelo, para satisfazer a conservação de massa. Essa restrição é usada na solução das equações através da diferenciação vertical em coordenada sigma.

Para representar os processos atmosféricos em escala de tempo climática de um mês ou mais, os campos na superfície da Terra que mais significativamente afetam a atmosfera devem ter variação no tempo. Esses campos incluem a temperatura de superfície sobre os continentes e oceanos, considerando tanto água livre como gelo do mar, umidade do solo, albedo da superfície e altura de neve. Dentre esses campos, os de temperatura de superfície continental, temperatura do gelo do mar e altura de neve variam muito rapidamente com o tempo e devem ser tratados como variáveis prognósticas no modelo, tornando-os acoplados com a atmosfera, mesmo em escalas de tempo menores. Os demais campos podem também ser tratados como variáveis prognósticas, porém variam de forma suficientemente lenta que podem ser considerados como condicões de contorno do modelo.


Características Dinâmicas do MCGA CPTEC/INPE

As leis físicas básicas que governam os movimentos atmosféricos utilizadas pelo MCGA são as leis de conservação de massa e de umidade, de energia e de momentum angular. As equações empregadas incluem as equações da continuidade de massa para o ar seco e vapor d'água, a primeira lei da termodinâmica e as equações do movimento (segunda lei de Newton). A equação para a componente vertical da velocidade (paralela ao vetor força gravitacional) é simplificada para uma relação diagnóstica pois, nas escalas espacial e temporal de interesse, as forças verticais estão em aproximado balanço hidrostático. O conjunto completo dessas equações é chamado de equações primitivas. O modelo é global em extensão e conforme a um sistema com geometria esférica, onde a altitude é suficientemente pequena para que a distância ao centro da Terra seja aproximadamente constante (igual ao seu raio médio), desde que a distância acima da superfície da Terra seja incluída como variável independente.

As variáveis prognósticas do MCGA são: o logarítimo da pressão à superfície, a vorticidade (componente vertical do rotacional do vento), a divergência do vento horizontal, a temperatura virtual e a umidade específica. Além dessas, existem outras que são previstas nas parametrizações incluídas no modelo, tais como: temperatura de superfície, do interior do solo e do interior do dossel, umidade do solo, entre outras.

As equações do modelo são escritas na forma espectral e as equações do movimento horizontal são transformadas nas equações da vorticidade e da divergência, o que facilita tanto o tratamento espectral quanto a implantação do método semi-implícito de integração no tempo. Existe também um esquema de inicialização utilizando os modos normais do modelo linearizado sobre um estado básico em repouso e com temperatura em função apenas da vertical; essa inicialização inclui os termos referentes aos processos diabáticos.

As equações do modelo são resolvidas por meios numéricos. Como o sistema é altamente não-linear, há que se discretizar as quatro dimensões. O tempo é dividido em passos com espaçamentos regulares fixos e a diferenciação é feita por um método semi-implícito envolvendo as equações da continuidade, da divergência e da termodinâmica, enquanto que as equações da vorticidade e da conservação de umidade específica são tratadas explicitamente; isso é devido ao fato de que as primeiras são as responsáveis pela geração de ondas de alta frequência. As variações espaciais nas duas dimensões horizontais são representadas por coeficientes de projeção sobre uma base de funções que formam um conjunto ortonormal completo, que são particularmente adequadas para movimentos de fluidos com geometria esférica: os harmônicos esféricos (série de Fourier na direção oeste-leste e de Funções Associadas de Legendre sul-norte). Essa representação permite o cálculo analítico das derivadas nas direções horizontais. As derivadas verticais são calculadas por diferenças finitas com espaçamento irregular sobre a coordenada de pressão normalizada (pressão do nível dividida pela pressão à superfície no ponto considerado, chamada coordenada sigma). A coordenada sigma tem a vantagem de permitir a introdução muito facilmente da topografia, pois sigma tem valor constante igual a 1 acompanhando a superfície da Terra. O espaçamento vertical é irregular pois é necessária uma resolução maior próximo à superfície, devido aos processos de camada limite e transferência de fluxos de energia entre solo e ar; também é necessária uma resolução maior na região de interface entre troposfera e estratosfera devido a variações verticais rápidas principalmente no campo de temperatura.


Parametrização dos Processos Físicos

  Radiação Convecção Camada Limite Processos de Superfície Nuvens

RADIAÇÃO

A radiação é dividida em aquecimento devido às ondas curtas (radiação solar) e devido às ondas longas (radiação terrestre). O aquecimento diferenciado na direção meridional devido à absorção de radiação solar é o mecanismo responsável pelos complexos movimentos atmosféricos em relação à superfície da Terra. O espectro de emissão pelo Sol tem o pico na banda visível no final dos comprimentos de onda relativamente curtos do espectro eletromagnético. Como os raios solares não são verticais em todas as latitudes há uma forte variação no aquecimento solar sobre o globo. A presença de nuvens na atmosfera também modula fortemente a absorção de radiação solar. As nuvens são boas espalhadoras de radiação de onda curta e também são responsáveis por uma fração substancial do albedo planetário em regiões que não são cobertas por gelo.

RADIAÇÃO DE ONDA CURTA

A radiação de onda curta do modelo original é de Lacis and Hansen (1974), modificada por Davies (1982). Inclui o aquecimento atmosférico devido à absorção de radiação solar pelo vapor de água e ozônio. A concentração de ozônio é especificada através de uma média zonal climatológica. Como a nebulosidade influi na quantidade de radiação solar que chega à superfície, sendo espalhada e absorvida, a nebulosidade prevista é usada no cálculo da radiação de onda curta. O aquecimento devido às ondas curtas é calculado a cada hora e interpolado nos instantes intermediários.

O esquema atual de radiação de onda curta é o CLIRAD (Tarasova et al. 2006). Esse esquema leva em consideração detalhes da absorção gasosa e do espalhamento por partículas que não eram considerados no esquema original.
RADIAÇÃO DE ONDA LONGA

Para balancear a absorção de radiação solar, a Terra emite radiação para o espaço resultando na conservação de energia do sistema terra / atmosfera na média global e no tempo. A radiação emitida pela Terra para o espaço tem pico na banda do infravermelho. A emissão de radiação de onda longa pela superfície da Terra pode também ser absorvida por constituintes da atmosfera e pode ainda ser reemitida. A distribuição da emissão pela superfície, bem como das espécies absorventes / emitentes e das nuvens não é uniforme sobre o globo, e então, o aquecimento devido às ondas longas não é igualmente distribuído. A distribuição desigual de aquecimento devido à radiação de ondas curtas e longas induz gradientes de pressão que causam os movimentos atmosféricos.

O esquema de parametrização de onda longa é de Harshvardhan et al. (1987). Este esquema inclui o aquecimento atmosférico devido à absorção de radiação terrestre pelo vapor d'água (previsto), pelo dióxido de carbono (especificado), nuvens (previstas) e também por outras espécies radiativamente ativas menos importantes. A quantidade de nuvens é dependente da umidade específica, que é prognosticada, na coluna vertical em questão. O aquecimento atmosférico devido às ondas longas é calculado a cada três horas de tempo simulado.

Os processos úmidos do MCGA incluem a condensação de grande escala, a convecção profunda e a convecção rasa.

A) Condensação de Grande Escala

A mudança de fase da água é um dos processos que afetam tanto a dinâmica quanto a termodinâmica da atmosfera. Quando uma parcela de ar contendo vapor d'água é resfriada, sua capacidade de reter vapor d'água é reduzida até que a parcela fique saturada. Se a parcela continuar a ser resfriada, o vapor d'água muda para a fase líquida, formando as nuvens. Apesar deste ser um processo complexo envolvendo a disponibilidade de núcleos de condensação de nuvens, ele é tratado de uma forma muito simples pelo MCGA. Sempre que o conteúdo de umidade previsto em um dado volume exceder o valor de saturação, o excesso de vapor d'água é condensado para líquido e transformado em precipitação. Os cálculos são efetuados da camada mais alta do modelo para a mais baixa, incluindo a possibilidade de que a água líquida possa evaporar nas camadas intermediárias do modelo, se estas não estiverem saturadas. A água líquida que chega à superfície é convertida em precipitação.

B) Convecção Profunda

Nem toda condensação ocorre simplesmente pela supersaturação dentro do tamanho da grade do modelo. A maioria da massa de água que é condensada na atmosfera provém de nuvens convectivas de escalas relativamente pequenas, e precisam ser parametrizadas.

Esquemas de Parametrização

Esquema Kuo modificado [Kuo (1965, 1974), Anthes (1977)]
é o esquema original do MCGA CPTEC/INPE. Este esquema se ativa na presença de uma coluna condicionalmente instável e de fonte de umidade devida à soma da convergência de umidade e da evaporação na coluna. A temperatura da nuvem e a umidade específica são determinadas pelo levantamento da parcela de ar da camada mais baixa do modelo, adiabaticamente (seca) até o nível de condensação (base da nuvem) e então adiabaticamente (úmida) até o nível onde a temperatura da nuvem é igual à temperatura do ambiente (topo da nuvem). A presença de convecção profunda segue os seguintes critérios:
1- Só ocorre nas colunas em que a espessura da nuvem é igual a 30% da pressão à superfície. Para uma pressão na superfície de 1000 hPa, a convecção profunda se restringe a colunas que tem nuvens convectivas com espessura de pelo menos 300 hPa;
2- A umidade nas camadas abaixo do nível sigma = 0.46 deve exceder 2 mm/dia em um dado passo de tempo para a convecção profunda ocorrer.

Esquema Grell – Esquema atual do MCGA CPTEC/INPE.

No esquema Grell são consideradas correntes ascendentes e descendentes. Não há mistura entre o ar na nuvem e o ar do ambiente, exceto no topo e na base da circulação. O fluxo de massa é constante ao longo da circulação (Grell, 1993, Grell et al. 1994, Grell and Devenyi, 2002)

C) Convecção Rasa

Em regiões onde a coluna atmosférica é condicionalmente instável próximo à superfície, podem ser induzidos movimentos verticais. As nuvens cumulus rasas resultantes não produzem necessariamente precipitação, mas atuam no sentido de transportar calor e umidade para cima. Em regiões onde a coluna atmosférica é condicionalmente instável perto da superfície mas a convecção profunda não ocorre, as nuvens cumulus rasas podem agir para misturar a temperatura e umidade entre a base e o topo da nuvem. A convecção rasa é parametrizada seguindo Tiedke (1983), através da difusão vertical de calor e umidade.

Quando o esquema de convecção profunda é Kuo, devem ser seguidas as seguintes restrições:
1- A base da nuvem é determinada usando o nível de condensação por levantamento, calculada pela subrotina da convecção profunda, a qual é chamada primeiro;
2- Convecção rasa não é permitida nas colunas em que ocorreu convecção profunda no mesmo passo de tempo;
3- O topo e a base da nuvem convectiva rasa deve ocorrer entre os níveis sigma 0.7 and 1.0.

A camada limite planetária é parametrizada através de um esquema de difusão vertical. Os efeitos da mistura de calor, momentum e umidade pela turbulência de pequena escala são representados por essa difusão vertical. Os coeficientes de mistura são calculados considerando um balanço local entre a produção e dissipação de energia cinética turbulenta. é considerado também um arrasto topográfico pelas ondas de gravidade como um mecanismo de amortecimento nas equações do movimento; os coeficientes de amortecimento são calculados considerando a variância da silhueta orográfica do modelo.

Ajustes difusivos compreendem uma difusão horizontal e uma local. A difusão horizontal é necessária para controlar ruídos de pequena escala que surgem no modelo. A origem de tais ruídos são: a) os efeitos do truncamento espectral finito, que interrompe a cascata de enstrofia e/ou energia para escalas pequenas; b) ondas de gravidade de pequena escala causadas pelos processos físicos subgrade; c) efeitos puramente computacionais. Como as escalas maiores, bem resolvidas, não devem ser afetadas, é utilizado um tipo de difusão seletivo de escala biharmônico. A difusão local torna-se necessária em regiões onde o jato é muito forte podendo comprometer a estabilidade numérica de integração no tempo. Para manter o jato em valores compatíveis com os critérios de estabilidade numérica, é feita uma dissipação local newtoniana toda vez que o vento utrapassar um valor crítico pré-definido.

O esquema original do MCGA CPTEC/INPE é o de Mellor – Yamada [Mellor e Yamada (1982)]. As equações prognósticas para temperatura atmosférica e umidade são acopladas às equações do esquema de superfície, considerando o solo e a vegetação, e o sistema de equações acopladas é resolvido simultaneamente, com a difusão vertical de calor, umidade e momentum. No método de fechamento de turbulência, cada variável prognóstica é expressa como a soma da parte de grande escala (resolvida) e uma parte de escala turbulenta (sub-grid).

A superfície da Terra é composta de uma variedade de diferentes plantas, solos e formações geográficas, além do oceano, que trocam massa, momentum e calor com a atmosfera em graus e modos dos mais variados. A troca ocorre em uma camada relativamente fina da atmosfera chamada camada superficial.

A versão original do MCGA inclui uma formulação explícita da vegetação sobre a superfície da Terra e seus intercâmbios com a atmosfera e solo, baseada em um modelo biosférico simples chamado Simplified Simple Biosphere Model (SSIB).

Outro esquema IBIS (Integrated BIosphere Simulator) [Faley et al. (1996)] foi incorporado para possibilitar o desenvovimento de uma vegetação dinâmica.

A evaporação e os fluxos de calor sensível da superfície dos oceanos para a atmosfera são importantes fontes de energia para a atmosfera; esses efeitos são parametrizados no MCGA de acordo com um esquema aerodinâmico no qual o fluxo é proporcional à velocidade do vento na superfície e à diferença de temperatura ou de umidade entre a superfície do oceano e o ar adjacente.

As parametrizações de aquecimento devido à radiação de ondas curtas e de ondas longas são substancialmente afetadas pela presença de nuvens. Inicialmente, o MCGA do COLA incluía nuvens especificadas usando uma climatologia média zonal do GFDL. Porém, foi mostrado que as nuvens previstas alteram o balanço de energia e proporcionam um reservatório de energia potencial disponível, para gerar movimentos atmosféricos, maior que as nuvens zonalmente simétricas. Então, foi adotado um esquema para considerar esse efeito, que prevê nuvens em três camadas e mais nuvens convectivas profundas. O critério usado para se determinar a quantidade de nuvens em uma dada coluna inclui a umidade relativa e a velocidade vertical para nuvens baixas, médias e altas. A quantidade de nuvens convectivas é baseada na razão de precipitação convectiva prevista na parametrização de convecção profunda.

As nuvens são divididas em tipos convectivos e de supersaturação, as quais podem ocorrer em níveis diferentes. Nuvens baixas, quando ocorrem entre a pressão de 1000 e 700 hPa, nuvens médias, entre 700 hPa e 400 hPa, e nuvens altas se ocorrem acima de 400 hPa. A fração de cobertura de nuvens é calculada usando a umidade relativa nas camadas e uma umidade relativa crítica, que é função do tipo de nuvem. As nuvens baixas são modificadas pela velocidade vertical na camada e pelo gradiente vertical de temperatura. As nuvens convectivas são diagnosticadas pela precipitação convectiva de 3 horas.



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